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Qual a rotina do vigilante que faz ronda em condomínio?

Qual a rotina do vigilante que faz ronda em condomínio?

Natureza jurídica e as responsabilidades inerentes à função de vigilante que realiza rondas em um condomínio

O vigilante responsável pelas rondas tem como objetivo principal verificar as áreas comuns do condomínio, preservando a segurança e prevenindo atos de vandalismo. 

Desligar as luzes gerais do condomínio às 22:00 horas, deixando acesas apenas as do hall de entrada social. As luzes externas devem ser ligadas de forma intermitente. Após as 22:00 horas, as luzes da garagem ou estacionamento devem permanecer acesas em menor quantidade para permitir as manobras dos veículos. Ao amanhecer, todas as luzes devem ser totalmente desligadas.

Trancar todas as portas de acesso ao prédio às 22:00 horas. Caso haja necessidade, as portas poderão ser abertas e novamente trancadas.
Não permitir a entrada de pessoas estranhas ao condomínio. Em caso de visita, o vigilante deve se comunicar por interfone com o condômino correspondente.
Manter vigilância rigorosa nas áreas externas, incluindo a garagem ou estacionamento de veículos.
Não permitir a formação de aglomerações de pessoas, sejam moradores ou estranhos, nas entradas ou nas proximidades do edifício.
Utilizar um apito ou código para se comunicar com a ronda policial noturna em situações de emergência. O vigilante deve, em qualquer necessidade, acionar imediatamente a polícia, bombeiros, serviços médicos ou outros, informando o zelador sobre os fatos ocorridos.
Autorizar o estacionamento apenas de veículos devidamente credenciados.
Comunicar ao zelador, imediatamente ou no dia seguinte, quaisquer irregularidades constatadas durante o turno de trabalho.
Evitar fazer comentários ou fofocas que extrapolem o âmbito de suas atribuições. A disseminação de boatos só contribui para a confusão e o conflito entre os moradores.
Em casos de emergência, chamar o zelador, que prestará assistência nas providências necessárias.

A rotina do vigilante que realiza rondas em um condomínio é um elemento fundamental para a segurança patrimonial e a proteção dos moradores, visitantes e colaboradores. O trabalho desse profissional exige planejamento estratégico, conformidade com normas legais, eficiência operacional, treinamento contínuo e a utilização de tecnologia para mitigar riscos. A atividade de vigilância em condomínios tem crescido exponencialmente nos últimos anos, acompanhando o aumento da criminalidade urbana e a busca por soluções mais avançadas de proteção. Estudos de segurança condominial indicam que cerca de 70% dos crimes em condomínios estão relacionados a falhas na vigilância ou na política de controle de acesso, tornando o trabalho do vigilante essencial para minimizar essas vulnerabilidades. A atuação do vigilante deve estar em conformidade com a legislação vigente, principalmente a Lei nº 7.102/1983, que regula a segurança privada no Brasil e estabelece que somente profissionais devidamente capacitados podem exercer essa função. O não cumprimento dessa norma pode gerar processos trabalhistas e penalizações legais para o condomínio e para a empresa responsável pela contratação. Além disso, a Consolidação das Leis do Trabalho estabelece diretrizes sobre a jornada de trabalho, responsabilidades do empregador e direitos dos trabalhadores da segurança privada. O desvio de função de porteiros ou outros funcionários para atividades de vigilância pode levar a indenizações significativas e aumento do passivo trabalhista do condomínio.  

A rotina do vigilante deve seguir um planejamento rigoroso, estabelecido por meio de um Plano de Segurança Condominial. Esse plano deve ser elaborado com base na análise de riscos, mapeamento das áreas mais vulneráveis, definição de protocolos de emergência e integração com sistemas de segurança eletrônica. Entre as principais funções do vigilante, está o controle de acesso, que deve ser realizado de maneira criteriosa para evitar a entrada de indivíduos não autorizados. Para isso, é fundamental manter um sistema eficiente de identificação de visitantes e prestadores de serviço, verificando documentos e validando informações com os moradores. A gestão do acesso de entregadores também precisa ser rigorosa, pois falhas nesse processo são responsáveis por uma grande parcela das ocorrências de invasões e furtos em condomínios. O vigilante deve garantir que todas as entregas sejam direcionadas corretamente, evitando a circulação desnecessária de pessoas estranhas dentro do condomínio. Estudos apontam que 85% dos delitos em condomínios ocorrem por falhas na identificação de visitantes e prestadores de serviço, demonstrando a importância do cumprimento rigoroso desse protocolo.  

Além do controle de acesso, as rondas periódicas são essenciais para garantir a segurança do condomínio. O planejamento das rondas deve considerar aspectos como frequência, horários e trajetos estratégicos. O ideal é que os horários das rondas sejam alterados constantemente para evitar previsibilidade e reduzir as chances de ação criminosa. O vigilante deve monitorar todas as áreas comuns, incluindo estacionamentos, corredores, halls de entrada, elevadores, áreas de lazer, portões e acessos secundários. Durante as rondas, ele deve estar atento a sinais de arrombamento, movimentações suspeitas e qualquer anormalidade que possa comprometer a segurança dos moradores. Além disso, a verificação do funcionamento das câmeras de monitoramento, alarmes e iluminação é crucial para garantir que os equipamentos estejam operando corretamente. Estudos indicam que condomínios com rondas eficazes e sistemas de monitoramento bem gerenciados reduzem em até 80% o risco de invasões e atos de vandalismo.  

A gestão da iluminação condominial também faz parte das atribuições do vigilante. Durante a noite, o profissional deve desligar as luzes gerais às 22h, mantendo acesas apenas as áreas essenciais para circulação segura. No estacionamento, a iluminação deve ser reduzida, mas nunca completamente desligada, para permitir a visibilidade e prevenir furtos e danos aos veículos. Ao amanhecer, todas as luzes devem ser desligadas conforme o plano de economia de energia do condomínio. A iluminação tem um impacto direto na segurança, pois locais mal iluminados aumentam as chances de crimes, enquanto áreas bem iluminadas inibem a ação de criminosos. Dados de segurança apontam que 60% dos furtos em condomínios ocorrem em áreas com iluminação insuficiente, reforçando a necessidade de um controle rigoroso nesse aspecto.  

Outro ponto fundamental da rotina do vigilante é a comunicação eficiente com a administração do condomínio. Todos os eventos relevantes devem ser registrados em um livro de ocorrências, detalhando horários, locais e medidas tomadas. Esse registro permite um acompanhamento preciso das atividades de segurança e facilita a identificação de padrões de risco. Qualquer situação fora do comum deve ser imediatamente reportada ao zelador ou síndico, garantindo uma resposta rápida e eficiente. Além disso, a integração com a ronda policial da região é fundamental para ampliar a segurança do condomínio. O vigilante deve estabelecer um protocolo de comunicação direta com as autoridades, acionando-as sempre que necessário. A presença de viaturas em rondas frequentes reduz significativamente o risco de ações criminosas e aumenta a sensação de segurança dos moradores.  

A postura profissional do vigilante é um fator determinante para a segurança e a harmonia no condomínio. O profissional deve tratar todos os condôminos com respeito, imparcialidade e cordialidade, evitando qualquer tipo de comportamento inadequado, como disseminação de boatos, favoritismos ou atitudes agressivas. Além disso, o vigilante deve manter uma postura discreta, evitando conversas desnecessárias e focando exclusivamente em suas funções. A conduta ética e profissional fortalece a confiança dos moradores e reforça a credibilidade do serviço de segurança.  

A tecnologia desempenha um papel fundamental na modernização da segurança condominial e na otimização do trabalho dos vigilantes. A utilização de sistemas de câmeras de monitoramento (CFTV), controle de acesso digital, alarmes inteligentes, aplicativos de segurança e reconhecimento facial são algumas das soluções que podem ser implementadas para aumentar a eficiência da segurança. Condomínios que investem em tecnologia de segurança reduzem em até 90% o número de ocorrências criminais, demonstrando a importância da modernização nesse setor.  

A capacitação contínua dos vigilantes é essencial para garantir a qualidade do serviço prestado. Treinamentos periódicos devem abordar temas como técnicas de patrulhamento, identificação de ameaças, primeiros socorros, combate a incêndios e abordagem segura. Profissionais bem treinados são capazes de agir com maior eficiência e tomar decisões mais assertivas em situações de emergência. Estudos mostram que condomínios que realizam treinamentos frequentes para seus vigilantes registram uma redução de até 75% nas falhas operacionais de segurança.  

A tendência para o futuro da segurança condominial aponta para uma maior integração entre tecnologia e vigilância presencial. O uso de inteligência artificial para análise de imagens, drones para patrulhamento aéreo e sistemas automatizados de reconhecimento de padrões de comportamento serão cada vez mais comuns. Além disso, a digitalização dos processos de controle de acesso e comunicação entre moradores e administração tornará a gestão da segurança mais eficiente e transparente.  

Exemplo 1: Condomínio de Alto Padrão em Área Urbana com Alta Taxa de Criminalidade

Em um condomínio residencial de alto padrão localizado em uma área com alta incidência de furtos e invasões, a gestão da segurança precisa ser altamente estratégica e baseada em um plano de ação rigoroso. O síndico identificou, por meio de registros de ocorrências e feedback dos moradores, que a principal vulnerabilidade estava no controle de acesso de prestadores de serviço e nas áreas de estacionamento. O condomínio possuía dois portões de acesso de veículos, um social e outro de serviço, além de uma portaria exclusiva para pedestres. A equipe de vigilância era composta por três profissionais por turno, responsáveis por monitoramento por câmeras, rondas internas e controle de entrada.

Para mitigar os riscos, o síndico implementou um novo protocolo de vigilância que incluía uma triagem mais rígida para fornecedores e prestadores de serviço, exigindo pré-cadastro e identificação por meio de um aplicativo de segurança. Além disso, reforçou as rondas em horários críticos, entre 19h e 23h, período em que 65% das ocorrências da região ocorriam. O vigilante designado para a ronda passou a utilizar um sistema de QR Code nos pontos estratégicos do condomínio para comprovar a execução da patrulha. A comunicação com a polícia também foi aprimorada, estabelecendo um protocolo de acionamento imediato em caso de movimentações suspeitas detectadas pelas câmeras de monitoramento. Como resultado, o condomínio reduziu em 80% os incidentes de tentativas de invasão e aumentou a sensação de segurança dos moradores.

Exemplo 2: Condomínio Clube com Grande Fluxo de Pessoas e Falhas na Vigilância Perimetral

Um condomínio clube, com mais de 600 unidades e diversas áreas de lazer como piscina, academia, quadras esportivas e salão de festas, enfrentava problemas de segurança devido à dificuldade de controle da circulação de visitantes e falhas na vigilância do perímetro. Os vigilantes realizavam rondas, mas os horários eram previsíveis, o que permitia a ação de criminosos em momentos em que não havia patrulhamento na área externa. Além disso, a grande movimentação de entregadores e prestadores de serviço dificultava a fiscalização do acesso, resultando em um aumento no número de furtos em áreas comuns, como bicicletários e depósitos de equipamentos.

Para resolver esse problema, o síndico contratou uma consultoria de segurança que fez um mapeamento detalhado das vulnerabilidades do condomínio. A principal recomendação foi a implementação de um sistema de rondas variáveis, onde os horários e trajetos dos vigilantes eram alterados de forma estratégica para evitar previsibilidade. Além disso, foram instalados sensores de presença e alarmes sonoros nas áreas de acesso restrito, garantindo um monitoramento mais eficiente. Também foi criado um protocolo rigoroso para entrada de entregadores, com restrição de circulação nas áreas internas. Após seis meses da implementação das novas medidas, os registros de furtos caíram 70% e a gestão condominial recebeu feedback positivo dos moradores, que passaram a se sentir mais seguros.

Exemplo 3: Condomínio de Médio Porte com Problemas de Conflitos entre Moradores e Falta de Fiscalização

Em um condomínio de médio porte, com 150 unidades e apenas um vigilante por turno, a principal reclamação dos moradores estava relacionada à falta de fiscalização em áreas comuns, como salão de festas e estacionamento. Havia constantes registros de festas que ultrapassavam o horário permitido, brigas entre condôminos e uso indevido das vagas de garagem. O síndico recebia reclamações diárias, mas sem um controle eficiente, os problemas persistiam.

A solução encontrada foi reformular a rotina do vigilante para incluir uma fiscalização ativa das áreas comuns em horários específicos. O profissional passou a fazer rondas reforçadas entre 22h e 3h da manhã nos finais de semana, períodos em que ocorriam a maior parte das ocorrências. Também foi implementado um sistema de notificação eletrônica via aplicativo condominial, onde qualquer irregularidade era registrada e notificada diretamente ao síndico e à administradora do condomínio. Além disso, foram instaladas câmeras com sensor de movimento nos corredores e estacionamento, permitindo a identificação de moradores ou visitantes que descumprissem as regras. Com a adoção dessas medidas, os conflitos entre moradores reduziram em 60% e o número de reclamações na administração caiu drasticamente.

Exemplo 4: Condomínio Horizontal em Área Rural com Problemas de Segurança no Acesso Principal

Um condomínio fechado de casas em uma área rural vinha enfrentando tentativas de invasão por meio do portão principal e por trechos do muro perimetral. Apesar de contar com vigilância 24 horas e rondas periódicas, os criminosos identificavam pontos vulneráveis e planejavam ataques em horários específicos. Além disso, a falta de um sistema de iluminação eficiente dificultava a vigilância noturna. Em apenas três meses, houve cinco tentativas de arrombamento, gerando um clima de insegurança entre os moradores.

O síndico, em conjunto com a empresa de segurança contratada, decidiu reforçar o patrulhamento com a criação de uma equipe móvel de vigilantes, equipada com veículos para cobrir toda a extensão do condomínio. Além disso, foram instaladas cercas elétricas e câmeras térmicas nas áreas mais vulneráveis do perímetro. Também foi implementado um sistema de credenciamento digital para visitantes e prestadores de serviço, reduzindo a possibilidade de entrada de indivíduos não autorizados. Como resultado, as tentativas de invasão foram reduzidas a zero nos meses seguintes, e o condomínio se tornou um modelo de segurança na região.

Exemplo 5: Condomínio Pequeno com Baixo Orçamento e Soluções de Segurança Inteligentes

Em um condomínio pequeno, com apenas 50 unidades e um orçamento reduzido, a contratação de uma equipe robusta de segurança era inviável. O síndico precisava encontrar soluções acessíveis para aumentar a segurança sem comprometer as finanças do condomínio. A principal preocupação dos moradores era a falta de controle de acesso de visitantes e entregadores, o que aumentava os riscos de furtos e invasões.

Após um levantamento das necessidades e orçamento disponível, a administração do condomínio decidiu implementar medidas inteligentes e de baixo custo. A primeira solução foi a instalação de um sistema de interfone com vídeo integrado, permitindo que os moradores visualizassem os visitantes antes de autorizar a entrada. Além disso, os horários de ronda do vigilante foram otimizados para cobrir momentos de maior movimentação. Outra medida foi a implementação de um grupo de segurança no aplicativo condominial, onde os moradores poderiam relatar atividades suspeitas e manter um canal de comunicação direta com o síndico e o vigilante.

Com essas ações, o condomínio conseguiu reduzir em 50% o número de ocorrências de acesso não autorizado e melhorar a segurança sem necessidade de grandes investimentos. Os moradores passaram a se sentir mais protegidos e engajados na segurança do condomínio, demonstrando que estratégias bem planejadas podem ser eficazes mesmo com recursos limitados.

Em um cenário onde a criminalidade urbana continua em ascensão, a segurança condominial precisa evoluir constantemente para garantir proteção máxima aos moradores. A rotina do vigilante deve ser estruturada com base em estratégias bem definidas, uso de tecnologia avançada, conformidade com normas legais e capacitação profissional contínua. Somente com um planejamento eficiente e a adoção das melhores práticas do setor é possível criar um ambiente seguro, organizado e livre de vulnerabilidades. O papel do síndico e da administração é essencial nesse processo, pois cabe a eles implementar medidas eficazes, contratar profissionais qualificados e investir em soluções que elevem o nível de segurança do condomínio.

Dra. Patrícia Pereira Moreno

OAB Paraná 91.784 /PR

OAB Rio Grande do Sul 110.913A /RS

OAB São Paulo 132.664 /SPs

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